domingo, 28 de agosto de 2011
Enquanto se procura por amor não se preocupa com dinheiro. Enquanto se procura por dinheiro não se preocupa com o amor. Enquanto se procura por amor e dinheiro se busca saúde, paz e felicidade. E quando se tem saúde, paz e felicidade se ganha preocupação com medo da falta de amor, dinheiro, saúde, paz e felicidade. E quando se precisa de ajuda lhe é comum pedir ajuda. E quando se pede ajuda se procura por pessoas. E quando encontra pessoas se busca assim compreensão. Então compreendido se espera a mão amiga. E com a mão amiga se surge um mutirão. E depois do mutirão volta a ser somente mão. E o problema resolvido se dissolve no tempo gasto, amargurado. Esquecimento é a solução. Do esquecimento a nova paixão. Da paixão ao novo sentimento. Do sentimento o amor, ódio, desprezo e lamento. Da tristeza busca a compensação. A compensação buscando o tempo gasto em forma de aprendizado. O aprendizado da pessoa que foi feliz e não sabia. Se não era mais feliz estava incontente. Incontente busca alguém. Alguém lhe diz que não se passa a vida se ela não passar. A vida passa os momentos da fotografia. A fotografia para o momento pra ele não passar. A nostalgia congela mas não para o tempo de pensar. Pensar buscando o ser. Ser a busca do pensar. Se observa o canto da prateleira. A prateleira feita por mãos. Mãos formaram um mutirão. Um mutirão desfeito formando mãos. A mão que pega o espelho. Atrás do espelho uma miragem. Miragem só de vez que olha. E os olhos pensam pelo coração. E a miragem sente o coração por meio dos olhos. Um piscar de olhos há existência. O existir num mutirão de mãos. O espelho refletindo outra mão. Uma miragem tendo outro outra visão. E se levantam num apertar de mãos. E num cruzar de olhos, outra miragem, reflexão. Uma imagem do olho a olho num sinal. Piscar de olhos. Um sorriso. Piscar de olhos. O abraço. Piscar de olhos. Reconhecimento. Piscar de olhos. Ser o outro ser. Piscar de olhos. Fotografia. Piscar de olhos. Choro. Piscar de olhos. Sorriso. Piscar de olhos. Piscar de olhos. Fechando os olhos.
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
A vida e uma caixa de bombons
Essas férias fui à Cabo Frio - como de costume- e encontrei vários parentes, alguns dos quais estavam no mesmo apartamento onde fiquei. Devido à grande aglomeração de pessoas, foram compradas várias caixas de bombom para atender ao consumo exagerado de sobremesas dos respectivos habitantes.
Inicialmente - a caixa que era composta pelos grandes sucessos da Lacta - agradou a todos os paladares, fazendo com que sobrassem pouquíssimos bombons no pote. O sistema era simples, quando estes ficavam escassos, logo outra nova caixa era aberta e assim em diante.
O que se pôde observar mais tarde era que alguns bombons determinados sempre sobravam e assim iam se acumulando mais e mais...
Quando a última caixa foi aberta e consumida, restavam apenas os preteridos por todos, jogados na cestinha a espera de seu destino, que seria certamente o lixo.
Eis que recebemos uma visita de alguns primos que estavam em outro apartamento, e, assim então, os bombons foram postos a mesa a disposição de quem desejasse comê-los.
O mesmo aconteceu por um longo período, permaneciam intocáveis até que, de repente, uma priminha minha sussurra algo no ouvido de meu tio que logo transmite a pergunta a todos aos risos ''Pai, tem bombom de canela?''
O que mais tinha era bombom de canela, tinham uns 8! Mas era o que ela queria. Contrariando a maioria, ela não perguntou pelo Sonho de Valsa nem pelo Lance, foi direto no tão discreto bombom de canela!
Interessante é que após esse episódio, pude tirar uma conclusão estranha baseada numa analogia entre a vida e uma caixa de bombom.
O grande problema é que todos estão sempre a procura de seu sonho de valsa ou serenata de amor - seja la qual for o mais popular - e acabam se esquecendo muitas vezes que o diamante negro está logo ali ao lado, e perto dele, esta a amandita.Talvez estes não sejam tão gostosos como os primeiros, mas não deixam de ser deliciosos.
E temos sempre que lembrar que não importa se o bombom não é lá o grande preferido de todos, há sempre alguém que vai estar à procura daquele bombom do fim da caixa, procurando pelo bombom de canela ou de café. Gosto não se discute.
Verdade seja dita, sempre haverá algum bombonzinho ou outro de canela metido a sonho de valsa a nos irritar, e temos que conviver com isso...
Mas o problema não ocorre apenas por ai, não podemos esquecer também, que muitas vezes procuramos ansiosos pelo sonho de valsa, mas na hora de desembrulhá-lo e comê-lo vemos que este se apresenta murcho e sem graça e que definitivamente não merece a embalagem que têm, ou talvez mereça, já que é a única coisa que têm.
Por isso, quando for ao supermercado escolher sua caixa, pense bem a respeito para saber qual delas realmente te agrada. Lembre-se de comparar os preços!
Rodrigo Gomes Pereira
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