sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Sombra de uma noite de verão

Num fim de tarde de verão, ele caminhava pelas ruas. As nuvens negras iam se misturando com o azul do céu, um forte azul. As luzes fracas e amarelas desbotadas dos postes começavam a a(s)cender, invadindo os passeios abarrotados de sombras dos transeuntes.
Andando mais com ouvidos do que os pés, o rapaz ia sendo conduzindo pela música que tocava.

- Quanto é o chopp? , perguntou o rapaz
- Quatro e cinquenta! – respondeu o garçom de olhos esbugalhados e ágeis – Senta! Veja o cardápio! Quer alguma coisa pra acompanhar o chopp?

Não teve tempo de responder se a oferta o atraíra, o garçom já havia decidido isso por ele. Diante da imposição, o rapaz sentou-se à mesa e ordenou que trouxesse o chopp bem gelado. O outro respondeu com grande entusiasmo assegurando que o pedido seria atendido. Rapidamente se emaranhou por detrás do balcão, na parte de dentro do bar.
Acabado este rápido diálogo, podia agora dedicar sua atenção à música que tocava.
A disposição das mesas era um tanto quanto confusa. Eram espalhadas de acordo com o espaço disponível nesta área aberta do bar, de modo que cabiam mais ou menos umas 15 mesas no local. Todas apertadas umas as outras, provocando certo desconforto nos que ali estavam por ter de se esmagar entre a cadeira e a mesa de modo milimétrico a não invadir o espaço dos vizinhos.
O rapaz, de 27 anos, estava sentado sozinho em uma mesa para quatro pessoas que ficava na última fileira. Conseguia enxergar os músicos entre cabeças e conversas alheias. Entre espaços esticava o pescoço a procura da melhor posição para acompanhar o modesto show. A maioria não estava a prestar atenção nas músicas. Falavam mais alto de acordo com o volume da mesma e as gargalhadas se faziam mais presentes e escandalosas a cada copo derramado.
Achada a melhor posição, o rapaz pôde acompanhar com eterno agrado a moça que cantava magnificamente ao lado do violonista. Era bela e tinha algo que cativara o rapaz. algo além dos lindos olhos e da boca que sorria ao cantar. Ar misterioso e encantador, seu corpo transmitia sensualidade por simples movimentos dos braços e das mãos ajeitando o cabelo cacheado.
Acompanhando com os olhos, quase que esboçando algum tipo de olhar sedutor do qual  não dominava, tentava de alguma forma se fazer notado pela cantora.
A cada instante tinha a certeza de que não poderia achar um defeito nela, uma paixão pura e rápida como um raio. Fantasias lhe vinham à cabeça. A moça, que muito provavelmente tinha semelhante idade à dele, preenchia todos os seus requisitos para uma mulher ideal. E com uma voz daquelas... não haveria como se estar triste em sua companhia. Seria como acordar ouvindo os anjos!
Entre suspiros e desejos, acompanhava-a cantando bem baixinho, esperando qualquer tipo de retorno. Ele queria que ela o notasse, e que, mesmo que não tivesse motivo aparente, algo a chamasse a atenção para ele. Qualquer coisa que lhe fizesse diferente, talvez o modo de olhar ou a maneira como se vestia. Qualquer coisa mesmo, que entrelaçasse os dois em uma história de afeição e admiração.
Certa hora parecia que seu objetivo tinha sido alcançado. Num momento mágico os dois fitaram os olhos um do outro e de certa forma concordaram que estavam satisfeitos com a situação. Um por ouvir boa música cantada por bela voz e a outra por notar que sua performance estava sendo acompanhada com admiração sincera.
Este  acontecimento durou cerca de 15 segundos sendo interrompido por mãos estabanadas do garçom, que descia o chopp à mesa do rapaz com mais pressa do que cuidado, deixando cair um pouco da espuma no papel que forrava a mesa. Rapidamente limpou sem maiores problemas, e na mesma agilidade saiu para atender outra mesa que o chamava.
Este fato bagunçou os sentidos do rapaz que estava compenetrado no momento de reciprocidade entre ele e a cantora. Com a chegada do garçom desviou a atenção assustado perdendo de vista a moça por míseros segundos, os mesmos suficientes para que os olhares cessassem e a apresentação seguisse da mesma maneira como vinha acontecendo antes.
Foi quando uma das músicas terminava que veio um grande susto seguido por sentimento de extrema extasia para o rapaz.

- Agora vou cantar uma música que tenho um carinho especial - anunciava a cantora –
Esta música é de uma natureza fantástica, sendo que o autor teve grande sensibilidade ao transpor a ótica de um apaixonado em versos. Infelizmente ainda não tive o prazer de encontrar o compositor desta bela música. Cantaram-na em uma roda de amigos certa vez e desde então não a esqueço! Só o que sei sobre ela é canta-la, e que o autor desta belíssima canção chama-se Lucas Lazzari, ou Lazzarem, algo do tipo. Não souberam me dizer... mas então...vamos lá!

Mal podia acreditar, ele não conseguia crer. Aquela música mencionada com tanta emoção pela moça era uma de suas composições! Era dele, Lazzari! Sentado na ultima fileira de mesas do bar.
Uma enorme felicidade se estendeu no peito do rapaz que não conseguia conter a ansiedade. Já havia planejado tudo. Pensava, aflito:
“Ao terminar esta música, vou até ela e me apresento como o mencionado compositor. Não apenas será um ponto de partida para uma conversa como também um ótimo passo a meu favor, já que ela gostara tanto de minha música! Ah sim! Tudo vai dar certo! Espero... Vamos...!Quero lhe contar!”
E então feita a introdução instrumental pelo violonista a bela voz começava a aparecer. Era lindo, lindo! Nunca ouvira sua música tão bem cantada. Também pudera, ela (a moça) era perfeita!
Ouvindo com profunda admiração, ia cantando e acompanhando a letra que ele sabia mais do que ninguém .


“...Sereis minha vida enquanto eu viver
Inventarei outro mundo se for por você
Cantarei suas conquistas como a(minha) maior alegria
Recolherei suas lágrimas de terror e fadiga
Te entregarei os meus braços, minha boca e olhos
E enxergaras meu amor tão sincero e simplório...”

Sentimentos fortes dominavam o rapaz, já estava fora de sua consciência mergulhando em sonhos e planos. Ia se levando com a música e a voz da musa. De súbito voltou a si e raciocinou rapidamente como quem planejasse da forma mais bem elaborada já existida. Calculou que a música estava para acabar e que iria contar-lhe sobre sua composição.
No mesmo instante deu sinal para o garçom para que fechasse a conta rapidamente. Não entendendo bem o sinal, este mesmo foi até a mesa para se certificar sobre o que o freguês pedia.

- Pois não senhor? , disse o garçom
- Fecha a conta pra mim lá por favor, bem rapidinho! , deu uma piscada de olho como que educadamente
- Xá comigo camarada! – e assim saiu para executar a função.

Passado alguns instantes a conta ainda não havia chegado e o rapaz já estava angustiado e com pressa. A música se acabou e surpreendentemente foi recebida por entusiasmados aplausos, muitos até se levantaram para tal, até mesmo aqueles que conversavam sem olhar para os lados pararam para apreciar aquela canção. Chegou até a ver uma senhora de uma das mesas elogiando e perguntando mais detalhes sobre a música que a encantara.
Foi quando a cantora agradeceu e anunciou que esta teria sido a última música do show.

- Muito obrigada, gente! É um prazer ver que as pessoas gostaram. Principalmente uma música assim tão bela, muito legal mesmo. Obrigada! – disse a cantora a todos do bar -
Bom, o nosso show hoje acaba por aqui, tenho que ir correndo pra não chegar atrasada em outro compromisso... Foi um prazer pessoal, até a próxima!

E se despedindo rapidamente o violonista foi ajeitando com extrema habilidade o violão e alguns outros poucos equipamentos que pertenciam a eles numa espécie de sacola. Foi colocando tudo às pressas, assim como fez a cantora. Parecia que estavam atrasados para um outro show.
Ao ver tal cena o rapaz ficou ainda mais nervoso, temia que seu plano falhasse. A conta não chegava...
Quando finalmente decidiu ir logo ao encontro da moça para conversar foi puxado meio que como um solavanco por uma mão.

- Senhor, pode incluir os 10%? – era o garçom perguntando
- Pode... Pode sim! – respondeu o rapaz com confusão e pressa
Já ia se direcionando novamente para a moça e o garçom o interrompeu novamente
- Você vai pagar em dinheiro ou cartão?
- No cartão! – respondeu impaciente o rapaz que não havia levado dinheiro em espécie na carteira
- Débito ou crédito?
- Débito! – respondeu quase que com raiva – Senhor, será que podia ver pra ir rápido? Estou com um pouco de pressa!
- Sem problemas, camarada! Só vou precisar que você venha até ali no balcão comigo porque a maquininha ta dando um problema danado... Só você vendo, outro dia um cliente pediu pra pagar no cartão, trouxe a maquininha pra ele e ficamos mais de 15 minutos tentando fazer ela funcionar. Mas a diabinha cisma de funcionar só lá dentro! Eita tecnologia...
– Depois de algum devaneio, o garçom voltou ao objetivo - Pode vir aqui! Me acompanha!

A cada palavra que o garçom falava o rapaz ficava mais nervoso. Mas que diabos esse garçom ficava falando enquanto ele estava com pressa! Seguiu-o com intensidade para resolver logo a questão. Rapidamente em uma olhadela viu que os músicos ainda lá estavam arrumando suas coisas. Calculou que rapidamente iria ao seu encontro e de repente até os acompanhava até o destino deles.
Dentro do bar, no balcão, ele enfiava o cartão e esperava o pagamento se efetuar.

- Xi, mas não é que a diabinha até aqui tem dado problema! Vamos ver se ela volta a funcionar logo! – disse o garçom num tom meio de que puxando conversa com o rapaz
- Ah meu Deus, mas que saco! Espera, vou ali resolver uma coisa e já volto! – disse o rapaz
- Ó! Espera ai! Agora deu! , exclamou espantando o garçom

Olhando frequente e impacientemente para fora o rapaz digitou sua senha. A maquininha processou e dentro de poucos segundos já estava emitida a notinha.
O rapaz tremendamente aliviado quis sair correndo atrás da moça, mas ainda teve que se livrar do garçom que insistia na conversa.

- E você, gostou do bar? Essa música estava muito boa não é mesmo? Essa última que a mocinha ali cantou foi linda. Mas linda mesmo!

- Pois é! Com certeza! Desculpa-me o ar grosseiro, mas tenho que ir. Muito obrigado e bom trabalho. – disse o rapaz apressadamente rumo à “liberdade”

Saindo da parte de dentro do bar, o rapaz apenas conseguiu ver a pontinha do violão indo-se embora pela porta distante em velocidade impressionante.
Não conseguira acreditar como teria perdido aquela oportunidade. Ainda tentou em vão encontra-los fora do bar, mas nem sinal dos músicos.
Uma enorme decepção tomou conta de seu coração. De seu coração não, de seu peito. E doía! Uma dor que fincava como uma estaca e ia anestesiando todo seu corpo numa sensação de vertigem, como quem tenta induzir um desmaio.
Estava ele agora, no meio da rua escura meio atônito, sem saber por onde rumaria naquele momento. Não existia nenhum caminho certo. As nuvens encobriam quase todo o céu, quase que armando chuva. As estrelas estavam embaçadas, com um brilho fosco e sem graça.
Saia do bar como havia entrado. Uma sombra no passeio. Não como Lazzari, mas ainda como um rapaz. Não teve o reconhecimento por sua música que encantou a todos os presentes no bar. Não fora reconhecido pela encantadora moça por quem ficara fascinado longos instantes sentado à mesa. Era poeira levada pelo vento.
“Passou”, pensou ele. Não era de se arriscar tanto. Mais tarde pensou mesmo é que era grande besteira, que o que aconteceu foi o melhor. O prevenira de criar expectativas em cima de algo que era muito pouco provável acontecer. Melhor ainda, o prevenia da humilhação, de se cometer um equivoco e fazer papel de bobo.

- É. Talvez seja assim mesmo. Talvez algumas pessoas venham mesmo para ser sombras, passando entre as outras na calçada. Não é para se angustiar, cada um tem sua sorte. E a minha é esta ai...


Rodrigo Gomes Pereira

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

"Vida, minha vida..."

"Luz, quero luz,
Sei que além das cortinas
São palcos azuis
E infinitas cortinas
Com palcos atrás
Arranca, vida

Estufa, veia
E pulsa, pulsa, pulsa,
Pulsa, pulsa mais"








São detalhes que constroem o enredo de nossa história. Poderia, de repente, largar de lado alguma admiração, desvalorizar o que se já conhecia mais ou menos e fazer disso tudo uma brincadeira simples e sem graça. Mas tem graça...

Um personagem torna-se amigo de todos os dias, com direito a bate-papo, reflexões, cantorias, e, nem mesmo o conheço pessoalmente.

Está sempre por ai. Estava junto com o meu violão, arranhando os primeiros acordes, cantando as mais belas letras e melodias, incentivando, inspirando a refletir. De alguma forma tocava nos assuntos mais profundos e indecifráveis da alma.
Nos encartes dos cds (LP’S), fotos de uma época brilhante que não fiz parte. Mas de alguma forma – ainda que em lapsos de realidade – estive presente, dialogando com grandes nomes da história da música brasileira, assistindo aos festivais que marcaram a história.
Tentava acompanhar a trajetória, mas infelizmente enquanto a minha vem começando, a deste outro já vinha em outra direção, se findando.

Em uma bela oportunidade, consegui consagrar um momento especial em minha vida. Conhecer, mesmo que de longe, este grande parceiro de todas as horas que costumamos chamar de ídolo. No caso, Chico Buarque.
Mal acreditava que teria tal chance. Grande parte de músicos que admiro já se foram e me restava apenas imaginar como era estar presente em um show destes, ver com os próprios olhos. Chico vinha se dedicando a carreira literária e não se apresentando, pensava eu que o mesmo aconteceria e nunca iria poder vê-lo nos palcos.

Depois do anúncio de sua turnê, surgia aquela ponta de ansiedade. A mesma que esteve presente comigo na cadeira do camarote, olhando para o palco vazio. Embora tivesse certeza do que iria acontecer, permanecia um pouco incrédulo. Sentimento que foi destruído em míseros instantes em meio a palmas entusiasmadas saudando a chegada de um tímido senhor vestido com simples roupas pretas que aparecia no meio do palco. De súbito, toda aquela estória virou história. Aquele que eu lia sobre o exílio, sobre as censuras da ditadura, sobre a imensa percepção dos sentimentos e da vida. O grande cronista. Era ele e mais nenhum outro.

É certo que conhecemos um personagem intimamente mais pela sua obra do que por sua vida realmente, e isso é bem claro. Mas esta distância certamente se desfaz um pouco ao ter este pequeno contato, misturando convicções e interpretações pessoais, com a presença do cantor, enunciando pa-la-vras. Sua timidez certamente abala um pouco esta interação com o público. Ia tocando música após música, dando alguns sorrisos e raramente soltando algum gingado ou gestos.
Mas tudo isso, num momento sublime. As letras das músicas falavam por si só, uma reunião de classe. Sem necessidade de grande espetáculo de luzes ou qualquer coisa para distrair um cérebro preguiçoso. A qualidade é - como sempre foi - evidente.

Desta forma, fica marcado em minhas lembranças, esta noite de 19/01/2012 em que tive a oportunidade de conhecer aquele que teve e tem grande importância na maneira em que vou seguindo o chamado cotidiano. Como uma fotografia, este momento está guardado e para tanto, insubstituível. Ele sai do palco, e todos os grandes “amigos” de Chico que cantaram canções e se emocionaram voltam pra casa e continuam a tocar seu próprio show, em que muitas vezes ele tem grande participação.
É a hora de se deixar levar pela emoção e desfrutar reflexões.

Como todos devemos nos despedir de algum amigo (tudo bem que ele mesmo não vai ler, mas...) ai vai a tentativa.

Um grande abraço para o camarada Chico!

Não sei se para o que estava no palco, se para aquele do songbooks e partituras ou para o que canta nas caixas de som da minha casa. Em qualquer das hipóteses, o cumprimento continua sempre bem-vindo.


Rodrigo Gomes Pereira 19/01/2012

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Direto das gavetas: Textos meus de quando era criança III

Redações: 6º série
Estudei no colégio Nossa Senhora do Carmo acho que por uns 12 anos, desde o maternal III até a oitava série. E organizando armários e gavetas de meu quarto, encontrei alguns textos que fiz durante este período que lá estudei. Dentre redações e o caderno de poesias da segunda série.
 Era realmente uma iniciativa muito legal do colégio de incentivar e estimular a imaginação através da escrita, e é muito saudável reencontrar estes textos após tantos anos. 
É interessante também para se conhecer melhor, quando crianças já apresentamos traços muito comuns mesmo na vida adulta.

Ai vão alguns destes textos, preservando os erros de escrita... haha  Divirta-se, se por ventura resolver conferir!




O AVISO DE MEU AVÔ
Colégio Nossa Senhora do Carmo – 6º Série – 06/06/05
Professora Cacau – “Interessante sua história! Você escreve bem!”

Um dia minha avó me contou um caso muito interessante que aconteeu com ela, como achei legal, gosto de recontar esta história várias vezes. Você quer que eu conte pra você? Então tá, mas só porque você me pediu.
Foi assim, ela disse que um dia foi dormir e teve um sonho muito estranho, era na verdade um aviso. No sonho, como ela dizia, o meu avô que já estava falecido, chega e bate na porta para entrar (isto é no sonho). Minha vó o recebe bem, sem se lembrar que ele havia falecido. Ele chega e não fala nada, minha vó lhe pergunta alguma coisa, que ela não lembra, foi tudo muito quieto, mas ela lembrou que tinha uma coisa estranha na porta, que tinha um buraco, e no móvel tinham estranhos pontos brancos.
Ela acordou, tudo estava normal, de repente sua vizinha bate na porta. Ela abre e recebe um pedido pra cuidar de seu filho, minha vó aceita. Depois de um tempo, a vizinha briga com marido dá um tiro, que pega na porta da minha vó e acerta a parede deixando o móvel cheio de pedaços brancos. Ela descobriu que o seu sonho, era na verdade um aviso espiritual de seu marido falecido.
Muitas coisas deste tipo acontecem, algumas são tão tenebrosas, que você pode ficar com medo de sonhar. Imagina se te chega um espirito desconhecido, e começa a tirar seu sossego!?
Por isso tome cuidado com seus sonhos, se você quiser, não durma mais.
Se não acreditar, eu vo manda uma amiga minha para seus sonhos, considere isso como uma ameaça!!!
Fique de olhos bem abertos!


AO SR. DIRETOR DA MATTEL

Colégio Nossa Senhora do Carmo – 6º série – 05/07/05
Professora Cacau: “ Ótimo texto! Bem escrito e desenvolvido com ótimos argumentos!”

Juiz de Fora      05/07/05


Gostaria de parabenizar a sua empresa pelas lindas bonecas que produz, que deslumbra todas as meninas.  Aqui quem está falando é um pai desesperado, que não tem dinheiro para comprar suas bonecas, estou com medo de minha filha perder a sua infância, pois ao menos tenho dinheiro para pagar as contas de casa, quem dirá para comprar bonecas Barbie. Estou preocupado pois ela anda muito desanimada, só deitada no sofá vendo televisão. Vejo como fica triste vendo os comerciais de brinquedos, ela já perdeu a esperanç, ela nem mais me pede umas das bonecas que vê na televisão, ela já sabe a resposta “Filha, agora não tenho dinheiro para comprar para você, mas prometo que quando arrumar uma grana vou comprar para você.” Fiquei sabendo que vocês não gostaram que tenham falsificado suas bonecas, e li no jornal que vocês apreenderam várias cópias de sua marca. Por favor , mandem apenas uma boneca, mesmo que seja a pior, para poder salvar a infância de minha filha, sei que ela ficará muito grata e muito feliz.
Atenciosamente Manoel.





O MUNDO DE HOJE
Colégio Nossa Senhora do Carmo – 6º série – 05/08/05
Professora Cacau “Ideias maduras e interessantes! Continue lendo muito!”
“Gostei da finalização”

Bom, nosso mundo de hoje está assim, para mim o mundo de hoje tem mais pontos negativos do que positivos. Pois antigamente as pessoas podiam sair tranquilas que não tinham problemas, deixavam as portas abertas, podiam sair com coisas valiozas na rua, as crianças brincavam na rua. Hoje em dia as pessoas andam com várias preocupações na cabeça, só estresse, a violência, na cidade grande, como Rio de Janeiro, há tiroteios a cada minuto, o tráfico de drogas cresce, a cada jovem que compra uma droga, naquele momento, ele acabou de perder sua vida, trocando-a pelas drogas. Isto tudo vem de muito tempo, faltava justiça, desde muito tempo, as pessoas que não conseguem trabalho, sem esperanças na vida, acabam fazendo coisas erradas.
Bom, mas para quem aproveita a vida, é muito bom, todo mundo, apesar de ter coisas ruins acontecendo, consegue ser feliz, aproveitar cada segundo da vida, praticar esportes, ou mesmo navegar na internet, isso faz esquecer os problemas, e consegui esquecer o mundo que hoje vivemos.

Direto das gavetas: Textos meus de quando era criança II

Direto das Gavetas: Redações da 4º até 6 série


Estudei no colégio Nossa Senhora do Carmo acho que por uns 12 anos, desde o maternal III até a oitava série. E organizando armários e gavetas de meu quarto, encontrei alguns textos que fiz durante este período que lá estudei. Dentre redações e o caderno de poesias da segunda série.
 Era realmente uma iniciativa muito legal do colégio de incentivar e estimular a imaginação através da escrita, e é muito saudável reencontrar estes textos após tantos anos. 
É interessante também para se conhecer melhor, quando crianças já apresentamos traços muito comuns mesmo na vida adulta.

Ai vão alguns destes textos, preservando os erros de escrita... haha  Divirta-se, se por ventura resolver conferir!


O COTIDIANO DE QUEM TENTA SER FELIZ

4º série Colégio Nossa Senhora do Carmo 27/11/03

O sol nasce, o galo canta, tudo começa de novo, estou novamente na rua, com esperança de uma vida melhor.
 Começo a tentar vender minhas balas, e sempre ganho um olhar de medo, um fechar de vidro e um simples não, mas apesar disso parecer simples para você! Não é pra mim não. Trata-se de um retrato da minha vida. É muita dor e sofrimento... É a Minha história já é horrível, e assim ainda me roubam as mercadorias, me fazendo perder as esperanças.
Muitos pensam que eu irei roubá-los o que escurece ainda mais o meu futuro, deixando a minha vida sem nexo.
 Em outro vidro, tento conseguir vender e me agarro neste fio de esperança, mas o que vejo é uma família unida, uma das coisas mais importantes que eu perdi e que fazem a minha vida ficar mais horrível.
Para sobreviver eu necessito de comer minhas próprias mercadorias, e ainda divido com os outros o que também necessito, sendo estranhos ou não. Desejo dar ao outro aquilo que não tenho.
 Eu não gosto de roubar, mas quando preciso sou obrigado a partir para o mal caminho.
 E minha história se repete...




QUEM É QUE EU SOU?
Colégio Nossa senhora do Carmo – 5º série – 11/02/04


Eu gosto muito de jogar ping-pong, pois no salão de meu prédio tem uma mesa de ping-pong, assim eu treino muito, já até participei de campeonato, mas mas não é só esse esport que eu gosto não, eu adoro jogar futebol, vôlei, nadar, etc...
 Gosto muito de brincar com o João que é meu melhor amigo, mas também tenho muitos mais amigos como o Victor, Gustavo, Gabriel, Rafael e muito mais.
 Tenho dois irmãos, um menino e uma menina.
 Meu irmão se chama Eduardo, e tem 16 anos, minha irmã se chama Mariana e tem 19 anos, meu pai se chama Ari e a minha mãe Miriam. Meu pai e minha irmã fica ficam a semana inteira no Rio de Janeiro, pois meu pai trabalha lá, e minha irmã faz faculdade de moda.
 Eu fico com muita saudade, e quando eles chegam de viagem, eu fico muito alegre e dou muitos abraços e beijos neles.
eu gosto muito de brincar na casa do meu primo, porque lá a rua é calma, e eu brinco de várias coisas, jogamos bola, e quando reúne várias pessoas da rua, brincamos de pique-bandeira, queimada, três cortes, etc...
Também gosto de brincar de patinet, como na casa do meu primo tem muitos morros é bom para a gente descer, a gente sai rápido.
Eu faço inglês e natação e nos dois eu faço com o João.
As minhas características externas são: louro, de olho verde e moreno, meço 1,45 m de altura e é só isso.
Bom, agora eu contei um pouco da história da minha vida, e é só isso.




INFÂNCIA

Colégio Nossa Senhora do Carmo – 5º série – 01/04/04
Professora Rose “ Você é muito criativo! Parabéns”

Eu adorei minha infância
Joguei bola, vôlei e basquete
mascando chiclete

Fiz amigos
Briguei com meu irmão
joguei computador
Passei trote com o João

Soltei pipa na chuva
Na lama escorreguei
minha mãe pegou sua luva
pois eu me machuquei

Foi uma bela infância
sem nenhuma elegancia
mas foi com muito carinho
Fui livre como um passarinho





PRESENTE DE REI
Colégio Nossa Senhora do Carmo – 6º série – 17/05/05
Professora Cacau

*ficção
Aconteceu a muito tempo, a história que me foi contada pelo meu pai. A história é de um amigo do amigo de meu pai, o Souza.
A história é que o Souza estava andando tranquilamente de noite na rua, até que ele viu um policial zombando de um mendigo, que com muita tristeza levava pancadas fortíssimas do cacetete do policial. Mas a pior parte não foi o sofrimento físico do mendigo e sim a agressão ao seu sentimento.
Ele sofria um grande preconceito. Sendo chamado de rato de rua e outros palavreados que tem um imenso poder de acabar com qualquer pessoa.
O mendigo não podia reagir, pois ele é muito indefeso por causa de sua vida cruel que le obriga a trabalhar como um animal, puxando carroças para vender lixo reciclável. Sua vida mizerável, que acabava com sua moralidade.
Souza ficou muito triste com a sena. Ficou indeciso por qual seria sua reação. Como era um policial, ele ficou com medo de ser preso, por isso foi pra casa com apenas um pensamento “ será que agi errado?”
No dia seguinte ele ficou sabendo de uma triste morte, a morte do mendigo. Ele havia morrido naquela madrugada. Souza ficou com um trauma gigante, então resolveu ajudar os mendigos que ele via. Dava cestas básicas, objetos simples que os deixavam muito feliz e principalmente, o que eles mais precisam, carinho e amor.
Depois disso ele se sentiu melhor ao ajudar.
Eu aprendi uma grande lissão, não ter preconceito por ninguém e ajudar os que precisam, esta lissão, foi um presente de rei.
Você também pode ajudar.

                                                       DIGA NÃO AO PRECONCEITO







Direto das gavetas: Textos meus de quando era criança

Direto das gavetas: Caderno de poesias da 2º série


 Estudei no colégio Nossa Senhora do Carmo acho que por uns 12 anos, desde o maternal III até a oitava série. E organizando armários e gavetas de meu quarto, encontrei alguns textos que fiz durante este período que lá estudei. Dentre redações e o caderno de poesias da segunda série.
 Era realmente uma iniciativa muito legal do colégio de incentivar e estimular a imaginação através da escrita, e é muito saudável reencontrar estes textos após tantos anos. 
É interessante também para se conhecer melhor, quando crianças já apresentamos traços muito comuns mesmo na vida adulta.

Ai vão alguns destes textos, preservando os erros de escrita... haha  Divirta-se, se por ventura resolver conferir!




CADERNO D POESIAS  2º SÉRIE – COLEGIO NOSSA SENHORA DO CARMO

“Estudo no “Colégio Nossa Senhora do Carmo”
Eu gosto muito de estudar lá.
E tenho Nossa Senhora do Carmo
Para proteger e me guiar”

“A segunda série B.
É uma turma inteligente
Com alunos sorridentes
E todos gostam de ajudar”

*Versos da abertura do caderno feitos pelos alunos da 2º série B




Poesia 1:   O ELEFANTE, A PULGA, O LEÃO E O GAVIÃO, rodrigo gomes pereira

O elefante
como sempre muito elegante.
gosta muito de uma festa,
que eu sei que é a melhor diversão da floresta

A pulga
tem um apelido de uga,uga
Foi ver “As fugas das galinhas”
e chamou suas amiguinhas

O leão
não gosta de pão
Ele é o rei da selva,
e quando esta com sono dorme sobre a relva

O gavião
voa igual um avião
E ele viu o gato sansão,
e ele levou um sustão



POESIA 2: A CANOA, rodrigo gomes pereira

A canoa pegou
uma garoa
Parou para o moço comer
Uma broa

A canoa
Faz a pessoa suar
remar... remar,
vai navegando pelo mar

A canoa
parece que voa.
se remar
acontece que da vontade de não parar





POESIA 3: O LAGO E O PATO, rodrigo gomes pereira

O pato
se olha no lago,
que é seu ato
de achar que é um gato

O lago
reflete o pato
sabendo que ele é um chato, e você
se você aparecer aqui outra vez eu te bato

O pato
achando que é gostoso
mas também é guloso.




POESIA 4: A BRISA E A ISA, rodrigo gomes pereira

Um dia,
A Isa estava olhando a brisa
que chamava um nome assim
Iiiiisa... Iiiiisa... Iiiiisa

A Isa
ficou com medo da brisa
e então chamou sua mãe
que se chamava Lisa

A Isa
enfrentava a brisa
com sua mãe Lisa
que ouviu a brisa chamando Iiiiisa... Iiiiisa... Iiiiisa...

E então
sua mãe Lisa
fechou a janela para não entrar a brisa,
e falou com a Isa que a brisa não chama
mas a Iiiiisa... Iiiiisa... Iiiiisa...




 POESIA 5: A GALINHA E A PINHA, rodrigo gomes pereira

A galinha estava andando
quando encontrou uma pinha
deu uma bicada
e ficou assustada

ficou rodiando
e saltitando
querendo assustar a pinha
que não saia do lugar

A galinha
pegou a pinha
e caiu no mar
mas como não sabe nadar
começou a afogar

E então
a galinha que não sabia nadar
por causa da pinha
morreu sobre o mar

domingo, 1 de janeiro de 2012

Um novo ano

Os mesmos votos decorados do ano passado, que por ventura foram usados em anos anteriores a este. Assemelham-se muito aos votos de “feliz aniversário” ou qualquer tipo de comemoração que exija algum pronunciamento. O que realmente pode mudar?
A emoção de ver os fogos de artifício, a felicidade por zerar o calendário e começar uma nova etapa, sentimento coletivo. É como esperar uma copa do mundo, de quatro em quatro anos. O problema é que a virada existe todo ano.
O que esperar de hoje pra amanhã? O que comemorar ; o fim de um período ruim da vida para o começo de outra melhor ou o término de um bom ano que merece ser lembrado?

A felicidade generalizada, estampada nos rostos das pessoas que aparecem na tevê. E o rosto do senhorzinho que sorri amarelo, sentindo que mais um ano está passando e a luta continua igual, sem muitas possibilidades de recomeçar do zero. Modificar sim há ainda alguma esperança. Mas falta-lhe disposição.
A moça que se arrumou para a festa, comprou os comes e bebes preocupada em passar o ano com estilo. Pessoas compareceram a festa, pessoas comeram e beberam, pessoas foram embora se despedindo aos beijos e abraços.

Haja movimentação, haja sorrisos e lágrimas. Continuamos, continuamos, continuamos. Terminando o que começamos, começando o que terminamos de começar.
Mas é melhor pensar que estamos recomeçando, ainda que seja uma maneira diferente de dizer que estamos continuando – ou levando.
Queremos ser diferentes, queremos nos sentir diferentes. Um dia a mais, um ano a mais. Tanto faz porque a vida continua, e a banda ainda vai passar mais uma vez. Carregando a alegria pra lá e pra cá, e fazendo-nos sempre cantar e a espera-la passar novamente.
A gente vai levando...

Feliz Ano Novo (Coloque aqui a data que quiser) 2012!

Que seja um ano, sobretudo, de introspecção e aprimoramento. Que todos possam sim modificar o mundo a partir de suas próprias ações, não deixando essa tarefa para o próximo.
Comece por aqui, porque não termina ali. Isso continua....